APLICAÇÃO DO TRANSPLANTE DE MICROBIOMA FECAL NO TRATAMENTO DA OBESIDADE E DOENÇA DE CROHN: UMA NOVA ABORDAGEM TERAPÊUTICA

Autores

  • Ana Flávia Silva
  • Larissa Polace Ambrozin
  • Natália Franco Taketani Universidade São Francisco

DOI:

https://doi.org/10.24933/rep.v4i1.212

Resumo

O microbioma intestinal influencia diretamente em várias doenças, como na obesidade, doença de Crohn (DC), entre outras. Atualmente a obesidade é considerada um dos principais problemas de saúde pública, devido à alta prevalência mundial, pois segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de adultos obesos aumentou de 100 milhões em 1975 para 671 milhões em 2016. Já a doença de Crohn  (DC) é uma das principais doenças inflamatórias intestinais (DII), que é caracterizada por uma inflamação intestinal crônica não infecciosa, de natureza autoimune. Essa doença apresenta uma incidência mundial de aproximadamente 0,7 a 14,6 indivíduos por cada 100 mil habitantes, aumentado entre a segunda e quarta década de vida e afetando ambos os sexos. O tratamento farmacológico de ambas as doenças  não tem uma resposta significativa a longo prazo. O objetivo deste trabalho é avaliar o potencial do transplante de microbioma fecal (TMF) para o tratamento da obesidade e para a doença de Crohn. Estudos testaram métodos de manipulação do transplante de microbioma fecal e demonstraram sucesso na diminuição de peso corporal e resistência à insulina na obesidade e diminuição da inflamação e melhora da microbiota intestinal na doença de Crohn. Portanto, o TMF se mostrou uma estratégia que pode trazer benefícios ao tratamento tanto da obesidade como da DC a longo prazo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ÁLVAREZ, V.R; PEÑA, Y.P; ACOSTA, M.R.. Microbiota intestinal, sistema inmune y obesidad / Intestinal microbiota, immune system and obesity. Rev. cuba. invest. bioméd, v. 29, n. 3, p. 364 - 397, Jul./Set., 2010.

ANDRADE, V.L.A. et al. Obesidade e microbiota intestinal / Obesity and intestinal microbiota. Revista Médica de Minas Gerais, v. 25, n. 4, 2015.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Inibidores de apetite: Sibutramina e remédios para emagrecer: entenda. 2017. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/resultadodebusca?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column1&p_p_col_count=1&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_assetEntryId=3423550&_101_type=content&_101_groupId=219201&_101_urlTitle=sibutramina-e-remedios-para-emagrecer-entenda&redirect=http%3A%2F%2Fportal.anvisa.gov.br%2Fresultado-de-busca%3Fp_p_id%3D3%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dviw%26p_p_col_id%3Dcolumn1%26p_p_col_count%3D1%26_3_groupId%3D0%26_3_keywords%3Dtratamento%2Bobesidade%26_3_cur%3D1%26_3_struts_action%3D%252Fsearch%252Fsearch%26_3_format%3D%26_3_formDate%3D1441824476958&inheritRedirect=true. Acessado em 18 de Março de 2019.

CAMPOS, L.S. et al. Estudo dos efeitos da sibutramina. Revista UNINGÁ Review, Vol. 20, n. 3, p. 50 – 53, Out / Dez, 2014.

CARVALHO, C.P.R.N. A microbiota e as doenças inflamatórias intestinais. 2017. 57 f. dissertação (Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas) - Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2017.

DAMIANI, D.; OLIVEIRA, R.G. Obesidade: Fatores genéticos ou ambientais?. Revista Pediatria Moderna, v. 38 n. 3, Mar., 2002.

DAVID, M.S. et al. Doença de crohn: das causas ao tratamento, uma revisão literária. e-RAC, v. 8, n. 1, 2018.

DE NADAI, R. et al. Transplante de microbiota fecal no tratamento da síndrome do intestino irritável: uma revisão sistemática. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. v. 62, n.3, p.156 - 159, 2017.

GUIMARÃES, P.M. Efetividade do tratamento farmacológico da obesidade na população brasileira: uma revisão da literatura. 2018. 30 f. Tese (Graduação em Farmácia) - Universidade de Brasília, Brasília, 2018.

JUNIOR ,S.C.R; ERRANTE, P.R. Doença de crohn, diagnóstico e tratamento. Atas de Ciências da Saúde, São Paulo, vol.4, n.4, p. 31-50, OUT/DEZ, 2016.

KANG, Y; CAI, Y. Gut microbiota and obesity: implications for fecal microbiota transplantation therapy. Hormones (Athens), v.16, n.3, p. 223 - 234, Jul, 2017.

KORTE, R.L. Doença de Crohn. Revista de Medicina, v. 67, n. 1, p. 14 - 18, 1987.

LEY, R.E. et al. Microbial Ecology: human gut microbes associated with obesity. Nature, v. 444, p. 1022 – 1023, 2006.

LIMA, A.G.V.C. A influência da Microbiota Intestinal na Obesidade. 2014. 18 f. Monografia (Graduação em Nutrição) – Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2014.

MARTINS, A.R.S. O microbioma intestinal e as suas implicações na obesidade. 2015. 59 f. Dissertação (Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas) - Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, 2015.

MENDES, C.F. Assistência farmacêutica na obesidade [manuscrito]: uma nova análise. 2018. 48 f. Monografia (Graduação em Farmácia) - Universidade Federal de Ouro Preto, 2018.

MENESES, R.B. et al. Transplante de microbiota fecal no tratamento da infecção por Clostridium difficile recorrente - uma revisão. Int J Nutrol, v. 11, n. 2, p. 51 -55, 2018.

MENEZES, C.A. et al. Efeito da sibutramina na redução do peso e no perfil metabólico em indivíduos obesos de uma população brasileira. Rev Ciênc Farm Básica Apl., v. 31, n. 3, p. 159 – 164, 2010.

MESSIAS, B.A. et al. Transplante de microbiota fecal no tratamento da infecção por Clostridium difficile: estado da arte e revisão de literatura - Artigo de Revisão. Rev Col Bras Cir., v. 45, n. 2, 2018.

MONTEZ, J.R.C. Transplante de microbiota fecal. 2018. 67 f. Mestrado integrado em ciências farmacêuticas - Instituto universitário Egas Moniz, Nov, 2018.

MORAES, A.C.F. et al. Microbiota intestinal e risco cardiometabólico: mecanismos e modulação dietética - Revisão. Arq Bras Endocrinol Metab, v. 58, n. 4, p. 317 - 327, 2014.

MS. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atenção Especializada e Hospitalar: Obesidade, 2017. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/atencao-especializada-e-hospitalar/ especialidades /obesidade >. Acessado em 14 de Abril de 2018.

OLIVEIRA, A.M.; HAMMES, T.O. Microbiota e barreira intestinal: implicações para obesidade. Clin. biomed. res., v.36, n. 4, p. 222 - 229, 2016.

OLIVEIRA, J.M.S. et al. Efeitos de probióticos no tratamento da obesidade. C&D - Revista Eletrônica da FAINOR, v.10, n.2, p.154 - 165, Jun./Ago, 2017.

OPAS. Organización Panamericana de la Salud. Obesidade entre crianças e adolescentes aumentou dez vezes em quatro décadas, revela novo estudo do Imperial College London e da OMS, 2017. Disponível em: <http://www.paho.org/bra/index.php?option=comcontent&view=article&id=5527:obesidad-entre-criancas-e-adolecentes-aumentou-dez-vezes-em-quatro-decadas-revela-novo-estudo-do-imperial-college-london-e-da-oms&Itemid=820>. Acessado em 26 de Março de 2018.

PAIXÃO, L.A; CASTRO, F.F.S. Colonização da microbiota intestinal e sua influência na saúde do hospedeiro. Universitas: Ciências da Saúde, v. 14, n. 1, p. 85-96, Jan./Jun., 2016.

PENTEADO, J.O; SALGADO, RG.F; BARLEM, E. A eficácia do tratamento da obesidade através do transplante da microbiota fecal de indivíduos magros. Vittalle: Revista de Ciências da Saúde, v.29, n.1, p.46 - 53, 2017.

PERPÉTUO, J.P; WILASCO, M.I.A; SCHNEIDER, A.C.R. The role of intestinal microbiota in energetic metabolism: new perspectives in combating obesity. Clin. biomed. res., v.35, n.4, p. 196 - 199, 2015.

PINHO, M. A Biologia Molecular das Doenças Inflamatórias Intestinais. Rev bras Coloproct, v.28, n.1, p.119 - 123, Jan./Mar., 2008.

PISTELLI, G.C; COSTA, C.E.M. Bactérias Intestinais e Obesidade. Revista Saúde e Pesquisa, v. 3, n. 1, p. 115 - 119, Jan./Abr. 2010.

PORTELA, F. Terapêutica Farmacológica da Doença de Crohn. J Port Gastrenterol., Lisboa , v. 16, n. 2, p. 52-55, mar. 2009 .

SANTOS, K.E.R.; RICCI, G.C.L. Microbiota Intestinal e a Obesidade. Revista UNINGÁ, Vol.26, n.1, p.74 - 82, Abr/Jun, 2016.

SANTOS, N.F. Fatores de Risco Microbiológicos e Ambientais na Doença Inflamatória Intestinal – Uma Revisão. 2016. 96 f. Tese (mestrado integrado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Portugal, 2016.

SBEM. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Anorexígenos Liberados pelo Governo. Comunicados oficiais, 2017. Disponível em: https://www.endocrino.org.br/anorexigenos-liberados-governo/. Acessado em 11 de Março de 2019.

SERDOURA, S.V. Microbiota intestinal e Obesidade- Gut microbiota and Obesity. 2017. 28 f. Tese (Licenciatura em Nutrição e Alimentação) - Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação, Universidade do Porto, Porto, 2017.

SILVA, L.V et al.,. Imunomoduladores utilizados como tratamento para a doença de crohn em ubá, minas gerais. Revista Científica Fagoc Saúde, volume III, 2018.

TREMAROLI, V; BÄCKHED, F. Functional interactions between the gut microbiota and host metabolism. Nature, v.489, p.242–249, 2012.

UFMG. Universidade Federal de Minas Gerais. HC cria primeiro centro dedicado ao transplante de microbiota fecal no Brasil: Tratamento tem sido indicado a pacientes que apresentam infecções com diarréias recorrentes ou resistentes. 14 de Mar., 2019. Disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/hc-cria-primeiro-centro-dedicado-ao-t

ransplante-de-microbiota-fecal-no-brasil. Acessado em 29 de Abril de 2019.

VANDENPLAS, Y; HUYS, G; DAUBE, G. Probiotics: an update / Probióticos: informações atualizadas. Jornal de Pediatria, v. 9,1 n. 1, Jan./Fev., 2015.

XU, M.Q. et al. Fecal microbiota transplantation broadening its application beyond intestinal disorders. World J Gastroenterol, v. 21, n.1, p. 102 – 111, Jan., 2015.

ZHANG, F.M. et al. Fecal microbiota transplantation for severe enterocolonic fistulizing Crohn’s disease. World J Gastroenterol, v.19, n.41, p. 7213 – 7216, Nov., 2013.

ZHANG, F. et al. Microbiota transplantation: concept, methodology and strategy for its modernization. Protein Cell, vol. 9, n.5, p. 462 – 473, May, 2018.

Downloads

Publicado

2020-08-27

Como Citar

Silva, A. F., Ambrozin, L. P., & Taketani, N. F. (2020). APLICAÇÃO DO TRANSPLANTE DE MICROBIOMA FECAL NO TRATAMENTO DA OBESIDADE E DOENÇA DE CROHN: UMA NOVA ABORDAGEM TERAPÊUTICA. Revista Ensaios Pioneiros, 4(1), 1–13. https://doi.org/10.24933/rep.v4i1.212

Edição

Seção

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE